terça-feira, 28 de outubro de 2008

Fiat linea



A Fiat continua empenhada em regressar à grandeza de outros tempos. Depois de consolidar a sua gama europeia, e de assegurar o regresso aos lucros nos últimos anos, o construtor italiano decidiu aventurar-se agora no mercado internacional, tendo como principal alvo os promissores mercados emergentes, como é o caso do Brasil, da Índia, da China e da Rússia.

Para esse efeito, pegou na plataforma do Grande Punto e esticou-a para criar um sedan de quatro portas, denominado Linea, que, através das suas dimensões generosas, estilo apurado e motores de baixa cilindrada, seja capaz de se tornar um emblema mundial da marca. Aliás, o novo Linea será o segundo produto mais importante da Fiat, atrás da gama Punto, estimando-se um volume de vendas na ordem das 280 mil unidades durante o seu ciclo de vida, previsto até 2012.

Apesar de Portugal estar longe das principais rotas do Linea, este familiar de quatro portas vai tentar a sua sorte nas nossas costas, onde chegará em Julho, apenas com uma versão, que associa o popular turbodiesel 1.3 Multijet de 90 cv ao nível de equipamento Emotion, o mais exclusivo da gama. A ideia é oferecer aos tradicionais clientes do Grande Punto um utilitário mais espaçoso com um preço igualmente convidativo. Aliás, os responsáveis da Fiat acreditam mesmo que o Linea poderá vir a roubar clientela a modelos de segmento superior, como é caso das versões de quatro portas do Renault Mégane ou do novo Toyota Corolla.

ESTILO AFIRMATIVO
As questões sobre o posicionamento do Linea instalam-se logo ao primeiro contacto visual. Com 4560 mm de comprimento, 1946 mm de largura, 1494 mm de altura e 2603 mm de distância entre eixos, a carroçaria deste tricorpo exibe um estilo muito personalizado e consistente, que dá a ideia de estarmos perante um pequeno familiar, disfarçando bem as suas origens utilitárias.

Por exemplo, a frente tem mais pontos de ligação com o novo Bravo ou mesmo com o topo de gama Croma do que com o Grande Punto. A traseira também tem formas muito bem conseguidas, que lhe atribuem um toque de distinção adicional.
Ao aceder ao habitáculo, a sensação de espaço está bastante presente, especialmente nos bancos traseiros, onde os passageiros dispõem de uma boa folga entre os joelhos e as costas dos assentos dianteiros. Além deste acréscimo espacial, o Linea acrescenta também uma generosa bagageira, que oferece, na configuração normal, um volume de nada menos do que 500 litros.

Quando nos instalamos ao comando do Linea, começamos a sentir mais nitidamente o grau de parentesco com o Grande Punto. Isto porque a disposição do tablier e a instrumentação pouco ou nada diferem do seu "irmão" de menores dimensões. Como é óbvio, a qualidade dos materiais e acabamentos é bastante razoável para a classe de utilitários, mas não se compara com a dos potenciais rivais de segmento superior já mencionados.

DINÂMICA FAMILIAR
As primeiras impressões de condução do Linea 1.3 Multijet de 90 cv também confirmam a sensação de estarmos perante uma versão de quatro portas do Grande Punto. A resposta deste motor turbodiesel em baixos regimes não é muito enérgica, forçando o condutor a puxar pelas rotações para atingir uma velocidade estabilizada. As recuperações também não são brilhantes, o que implica a recorrer com mais intensidade à caixa manual de cinco velocidades.

Esta última, além das relações longas, que não ajudam a imprimir um ritmo mais vivo, peca ainda por ser algo imprecisa. De qualquer forma, se nos restringirmos à utilização da maioria dos seus potenciais clientes, o Linea cumpre os requisitos essenciais para as deslocações familiares, com o benefício de um nível de consumos bastante comedido, como comprovam os anunciados 4,9 l/100 km em ciclo combinado.

Outro trunfo familiar desta berlina é o bom nível de conforto assegurado pelo esquema de suspensões, McPherson à frente e por eixo semi-rígido atrás, que consegue isolar o habitáculo de trepidações muito violentas. Já a eficácia dinâmica não é muito envolvente, notando-se uma maior propensão para a carroçaria oscilar em curvas mais apertadas, mas o condutor pode sempre contar com uma reacção previsível, caso não exagere no ritmo de condução.

O nível de equipamento Emotion reúne, de série, um leque de comodidades interessante, caso do ar condicionado automático, do volante e punho da caixa em pele, dos vidros eléctricos, do computador de bordo, do ajuste lombar eléctrico do banco do condutor e do rádio com leitor de CD e mp3, bem como as jantes em liga leve de 17 polegadas. A segurança é garantida pela presença de seis airbags, ABS, luzes de nevoeiro, encostos de cabeça dianteiros activos e fixações Isofix.

A filial portuguesa da Fiat ainda não definiu totalmente os preços do novo Linea, mas espera que o valor final fique ligeiramente acima dos cerca de 20 000 euros pedidos pelo Grande Punto dotado do mesmo motor e de semelhante nível de equipamento.

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